O Capim-cidreira é muito usado na desintoxicação do corpo, combatendo gripes e resfriados por conter Vitamina C. Além disso, é antibacteriano e antifúngico. Já a flor do manjericão é usada na receita para dar boas-vindas à época que nos convida a florescer! Muita gente descarta a florzinha pensando que ela não é comestível, mas ela pode ser usada sem medo.
O chá dessa mistura, com propriedades curativas, foi pensado para abrir a primavera, época em que as mudanças de temperatura costumam ser evidentes e deixam muita gente resfriada.
Por que esse chá é mágico? O manjericão é uma erva ancestral, muito usada em inúmeras religiões no mundo. Conheci a história do manjericão numa visita que fiz ao interior de Minas Gerais, conto tudo no post Cozinhar é Participar do Mundo.
Ingredientes
(para 2 canecas de chá mágico da primavera)
400 ml de água filtrada
2 colheres (de sopa) de flor de manjericão
1 colher (de sopa) de capim-cidreira
Como fazer?
Ferva a água e desligue o fogo. Numa caneca, coloque todos os ingredientes, depois adicione água e espere até que o aroma apareça. Coe e sirva em seguida!
Homus
Para acompanhar, homus – ou húmus (do árabe hummus) – de beterraba: colorido para comemorar a primavera. É um alimento típico da cultura árabe feito a partir de grão-de-bico cozido. É uma pasta vegana, deliciosa e saudável, que pode ser conservada em pote hermeticamente fechado por até 05 dias na geladeira.
No Oriente, o jeito mais tradicional de comer é com nacos de pão pita (aquele pão árabe fininho). Basta rasgar o pão com as mãos e mergulhar numa porção genenosa de homus.
Se você gosta de carnes, sirva com o homus em temperatura ambiente, pois o calor o faz virar um molho de consistência espessa e aveludada.
Para comer com sanduíches, espalhe bem sobre o pão como se fosse manteiga, lembrando que o excesso pode amolecer o pão.
No Oriente existem até mesmo casas e bares especializadas nessa pastinha!
Ingredientes
1 xícara de chá de grão de bico já cozido (ver dica abaixo de como cozinhar)
Suco de 1 limão
2 colheres de sopa de tahine
1 pitada de sal
1 dente de alho
1 pitada de páprica (opcional)
1 pitada de cominho moído (opcional)
1/4 xícara de azeite de boa qualidade
1 beterraba média ralada
Como cozinhar o grão de bico
Coloque o grão de bico de molho em água suficiente para cobri-lo por pelo menos 8 horas. Esse processo serve para remover o fitato (ácido fítico), que causa indigestão. O ideal mesmo é deixar de molho por 48 horas e ir trocando a água aos poucos. Você vai perceber que ele irá soltar uma espuma esbranquiçada, que é a liberação desse ácido
Como fazer
Coloque o sal e o grão de bico numa panela de pressão, adicione água suficiente para cobri-lo e cozinhe em fogo baixo por cerca de 30 minutos depois que pegar pressão. A ideia é ficar mole o suficiente para ser triturado com facilidade. Escorra a água e bata todos os ingredientes em liquidificador até chegar na consistência desejada. Se ficar muito grosso, adicione um pouco mais de azeite até ficar homogêneo. Acerte o sal se necessário.
E para celebrar esse momento de chegada da primavera, deixo aqui um belo texto que foi publicado pelo Rubem Alves no Correio Popular:
Por este mundo
“Ó Deus, nós te damos graças por este universo, nosso lar; pela sua vastidão e riqueza, pela exuberância da vida que o enche e da qual somos parte. Nós te louvamos pela abóbada celeste e pelos ventos, grávidos de bênçãos, pelas nuvens que navegam e as constelações, lá no alto.
Nós te louvamos pelos oceanos, pelas correntes frescas, pelas montanhas que não se acabam, pelas árvores, pelo capim sob os nossos pés. Nós te louvamos pelos nossos sentidos: poder ver o esplendor da manhã, ouvir as canções dos namorados, sentir o hálito bom das flores da primavera.
Dá-nos, rogamos-te, um coração aberto a toda esta alegria e a toda esta beleza, e livra as nossas almas da cegueira que vem da preocupação com as coisas da vida e das sombras das paixões, a ponto de passar sem ver e sem ouvir até mesmo quando a sarça, ao lado do caminho, se incendeia com a glória de Deus. Alarga em nós o senso de comunhão com todas as coisas vivas, nossas irmãs, a quem deste esta terra por lar, juntamente conosco.
Lembramo-nos, com vergonha, de que no passado nos aproveitamos do nosso maior domínio e dele fizemos uso com crueldade sem limites, tanto assim que a voz da terra, que deveria ter subido a ti numa canção, tornou-se um gemido de dor.
Que aprendamos que as coisas vivas não vivem só para nós; que elas vivem para si mesmas e para ti, que elas amam a doçura da vida tanto quanto nós, e te servem, no seu lugar, melhor que nós no nosso.
Quando chegar o nosso fim, e não mais pudermos fazer uso deste mundo, e tivermos de dar nosso lugar a outros, que não deixemos coisa alguma destruída pela nossa ambição ou deformada pela nossa ignorância. Mas que passemos adiante nossa herança comum mais bela e mais doce, sem que lhe tenha sido tirado nada da sua fertilidade e alegria, e assim nossos corpos possam retornar em paz para o ventre da grande mãe que os nutriu e os nossos espíritos possam gozar da vida perfeita em ti.”
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