O festival South by Southwest acontece em Austin, no Texas, desde 1987 e ao longo de sua história foi deixando de ser apenas um evento sobre música para contemplar tecnologia, inovação, tendências, filmes, games e até saúde e alimentação.
Mesmo assim, a programação musical segue como um dos pilares do festival e esse ano contou com quase 2 mil shows! Ou seja: haja maturidade para lidar com o FOMO (fear of missing out) diante de tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo!
Isso sem falar nas palestras, que começavam de manhã e se estendiam por todo o dia, contemplando os temas que todo mundo queria ouvir, como festivais de música, a importância das playlists, realidade aumentada, realidade virtual, blockchain, feminismo, etc e tal.
Dentro da programação musical, cerca de 20 artistas brasileiros marcaram presença, como Felipe Catto, Luneta Mágica, Liniker e os Caramelows, Papisa e LaBaq, mas confesso que o meu foco mesmo ao longo da semana foram as atrações gringas. E entre tudo o que consegui assistir entre 11 e 18/03, compartilho aqui com vocês o que mais chamou a minha atenção:
Tomar & The FCs
Banda de soul de Austin liderada por Tomar Williams. O primeiro EP do grupo,“Day by Day”, foi lançado em 2015 e o disco de estreia, “Heart Attack”, em 2016. Durante o SXSW 2018 eu os assisti duas vezes e chorei nas duas ocasiões, de tão tocada que fiquei com a entrega emocional de Tomar, muito bem acompanhada pelos FCs.
Tank and The Bangas
Banda de soul, R&B, hip-hop e spoken world com pitadas de gospel, funk, rock e folk. O show conta com nove integrantes e mescla momentos de energia contagiante com outros de extrema delicadeza.
Em 2017, eles ganharam o concurso da Tiny Desk, projeto de vídeos intimistas realizado pela NPR (National Public Radio dos Estados Unidos) e têm tudo para ganhar o mundo daqui pra frente.
Yahyel
Banda de Tóquio formada em 2015 que mistura indie com dream pop e usa e abusa dos sintetizadores. O primeiro disco, “Flash and Blood”, saiu em 2016 e o segundo, “Human”, foi lançado agora em março de 2018.
Sudan Archives
Cantora, compositora, violinista e produtora americana de 24 anos, Sudan é autodidata e sua música é fortemente influenciada pela música do nordeste da África, pelo R&B e por experimentações com sintetizadores. Referências essas que resultam numa fusão de folk music com música eletrônica bem particular, com camadas de vocais etéreos, batidas de hip-hop e um violino tocado num estilo bem próprio e visceral.
Ron Gallo
Músico americano de 30 anos que se apresenta em trio ao lado dos músicos Joe Bisirri (baixo) e Dylan Sevey (bateria). Seu estilo musical mistura punk, garage rock e jazz de um jeito bastante fresco, autoral e com altas doses de um humor irresistível. (No show que assisti, ele disse que a próxima música seria a mais importante de todas e em seguida entoou o “ohm”. Rs)
Salt Cathedral
Dupla formada pelos colombianos baseados em Nova York Juliana Ronderos e Nicolas Losada que faz um pop eletrônico irresistível!
The Shacks
Banda nova-iorquina formada pelos colegas de high school Max Shrager e Shannon Wise (essa, dona de uma voz suave incrivelmente marcante que virou a assinatura do grupo). Mal chegados na casa dos 20 anos, fazem um som fantasioso com forte influência dos primórdios do rock e ainda assim conseguem soar frescos e autorais.
Benjamin Booker
Cantor, compositor e guitarrista norte-americano de 28 anos que mistura blues, soul, gospel e garage rock de um jeito cru e intenso, com um vocal rasgado bem marcante e delicioso!
Albert Hammond, Jr.
Mais conhecido como o guitarrista dos Strokes, o músico acabou de lançar seu quarto disco solo, “Francis Trouble” (o primeiro é de 2006). Seu show é uma festa indie irresistível cheia de riffs contagiantes que em em muitos momentos remete à melhor fase do seu trabalho com Julian Casablancas e cia.
Kevin Morby
Cantor, vocalista e compositor recém-chegado na casa dos 30, Kevin Morby faz um indie folk bonito, ingênuo, humano e otimista, no qual reflete sobre a vida nas grandes cidades, relembra os amigos de infância e fala da importância das pessoas que cruzaram seu caminho.
A influência de Bob Dylan e Lou Reed são bem perceptíveis no seu som, mas ele consegue deixar sua marca, não soando como uma simples cópia do que era produzido entre os anos 60 e 70.
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